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Pacto Brutal

Foto do escritor: Memoriar UFUMemoriar UFU

Atualizado: 12 de jun. de 2024



O documentário intitulado “Pacto Brutal”, lançado em 2022 pela plataforma HBO Max, traz fatos detalhados acerca do caso da atriz Daniella Perez, assassinada no ano de 1992 pelo seu colega de elenco Guilherme de Pádua e sua esposa Paula Thomaz. Nesta perspectiva, essa série dá enfoque à temática do Direito à memória enquanto instrumento de resposta, defesa, proteção e garantia de identidade.

A série documental aborda em seus cinco capítulos, toda a trajetória das investigações, passando pelo levantamento de provas, mudança legislativa acerca dos crimes hediondos, a partir de uma iniciativa popular feita pela escritora e mãe da atriz, Glória Perez, e por fim o pronunciamento de sentença dos acusados cinco anos após a morte da atriz. Diante disso, o caso de Daniella Perez vai de encontro com aquilo que o advogado Augusto de Arruda Botelho define como sendo uma Justiça do espetáculo, em que a mídia pretensiosamente transmite a mensagem de uma maneira comercial e não de maneira concreta comprometida com a veracidade dos fatos, afetando dessa maneira o andamento do processo e consequentemente a velocidade dos julgamentos. Neste sentido, a mídia da época pautou sua narrativa em uma mescla entre a ficção, vivida pelas personagens Yasmin (Daniella Perez) e Bira (Guilherme de Pádua) que possuíam um envolvimento romântico na novela “De Corpo e Alma”, e a realidade, em que o ator juntamente com a sua esposa, assassinou a colega de elenco com 18 punhaladas, dando a entender que entre os dois havia um envolvimento romântico para além da novela. Dessa maneira, Glória Perez, escritora da novela mencionada e mãe de Daniella, afirmou que a maneira como a mídia transmitiu a mensagem era mais destrutiva para a memória de Daniella do que as fotos tiradas do corpo da atriz no local do crime.

Diante disso, é possível afirmar que o documentário traz à luz a importância do Direito à Memória para o caso da atriz, enquanto direito de lembrar fatos conhecidos ocorridos na história de uma determinada sociedade, sendo também de suma importância para reavivar a memória das pessoas acerca de temáticas tão presentes em nossa sociedade, assuntos como feminicídio, lacunas legislativas, demora nos julgamentos, luta por Justiça e por fim destaca a importância da Memória enquanto instrumento de defesa de direitos, de mudança de paradigmas e de construção de identidade dentro de uma sociedade.

 
 
 

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